“Através
do Universo” é um livro de mistério, ficção científica e distopia lançado aqui
no Brasil no ano de 2012
pela editora Novo Século. Em seu país de origem, Estados Unidos, fez um
grande sucesso e entrou na lista de mais vendidos do The New York Times,
tornado-se um Best-seller.
O
romance de Beth Revis conta a história de Amy, uma adolescente que é
criogenicamente congelada e posta a bordo de uma nave espacial chamada
Godspeed, que tem como objetivo chegar a um planeta que serviria de nova morada
e fonte de recursos à raça humana. Amy deixa para trás seus amigos, seu
namorado, parte de sua família e segue seus pais ao longo dessa viagem, onde
deveria permanecer congelada durante três séculos. O problema é que isso não
acontece.
Amy é
descongelada e posta em risco de morte por alguém desconhecido 50 anos antes do
previsto. O pior é que não pôde ser
congelada novamente para acordar na mesma época que seus pais. Ficaria
sem eles por 50 anos a bordo de uma pequena e estranha nave, e, caso
sobrevivesse, somente os veria novamente com sessenta e sete anos. #tenso.
A adolescente
se vê a bordo da nave governada por um tirânico homem chamado Eldest e seu rebelde
sucessor, Elder. No meio de todo estilo de vida bizarro que a nave e seus
habitantes propõem, onde a normalidade é invertida, Amy tenta descobrir quem a
descongelou e a todo o momento teme que seus pais estejam em risco de morte e
não cheguem ao planeta que tanto sacrificaram para estudar e ver.
“Estou congelada no gelo há séculos. Mas, mesmo assim, eu nunca me senti mais sozinha do que estou agora, neste momento, quando percebo que estou viva, consciente e acordada, e eles não.” – página 96.
Ela não
sabe se pode confiar em Elder, que logo se sente apaixonado, e em Harley, um
jovem considerado insano pelo doutor de Godspeed. No meio da longa busca pela
verdade, os segredos mais mórbidos dessa estranha nave finalmente vêem a tona e
arriscam destruir algo que foi construído por muito tempo.
O livro
é narrado em primeira pessoa e no
tempo presente por Amy e Elder, que dividem o foco dos capítulos entre
eles. A narrativa flui, porém se nela você procura principalmente por romance
ou até mesmo um pouco de humor, o livro não é para você. Há sim uma dose dos
dois, mas ela é mínima. Beth Revis se concentra em nos deixar totalmente presos
a obra através do clima de
dúvida, desconfiança e frustração presente nos pensamentos dos personagens.
Como já citei anteriormente, o romance não é
o foco. Inicialmente até, ele se passa somente na cabeça de Elder, e de forma
bem platônica, em minha opinião. A história é centrada na descoberta da
verdade, nos segredos da nave e de seus habitantes, e até mesmo no treinamento
de Elder para se tornar o novo líder.
“Essa nave é construída sobre segredos; ela funciona com segredos” – página 323.
Todos os personagens que recebem certo destaque
são muito bem construídos, assim como suas histórias. Tudo que eles sentem é
transposto para as palavras de maneira muito palpável e emotiva. Eles conseguem
convencer, e muito bem. Só Deus sabe o que passei com alguns deles! Diversas
vezes se encontraram em certas situações e me deixaram bastante aflito e
frustrado. Era como se eu estivesse lá e sentisse por Amy, por Harley e por
Elder.
Uma coisa que também gostei bastante foi o
fato de a tradutora Sonia Strong ter colocado diversas observações durante o
decorrer da história sobre algumas palavras em inglês ou personalidades
políticas e históricas. Caso elas não existissem, teríamos que ignorar algumas delas,
ou pesquisá-las em algum lugar.
Algo que não me incomodou, mas pode incomodar
muita gente foi o fato da pequena demora que Amy leva para acordar e para
história em si realmente deslanchar. Isso não me desanimou nem um pouco, porque
durante essas páginas em que Amy está em seu sono de gelo a conhecemos um
pouquinho melhor e ficamos sabendo como é a experiência de ficar congelado
durante séculos. Além disso, durante esse período somos apresentados a nave, a
seus habitantes e a sua dinâmica.
“É um tipo estranho de sono, este. Nele, nunca se acorda realmente, mas ainda há consciência, mesmo dentro de um corpo ainda imóvel.” – página 26.
Confesso que senti um pouquinho de
dificuldade em imaginar o espaço no qual os personagens se encontravam. A
autora explica sim como é cada lugar e cada parte da nave, mas não os descreve
exatamente. Para quem tem um pouquinho de dificuldade de imaginar, assim como
eu, um bom conselho a seguir é acessar o site oficial do livro. Lá você
irá encontrar um ótimo esquema de Godspeed, que mostra todos seus cômodos. Pena
que só o visitei quando acabei a leitura. =(
O fim do livro é ótimo! Quando eu estava
lendo não sabia se haveria uma continuação, então quase surtei na minha sala.
Enfim, depois que descobri que era o primeiro de uma trilogia me acalmei.
Algumas coisas inesperadas aconteceram, porém um grande mistério proposto inicialmente
estava meio que na cara. Eu já sabia da tal coisa, só não sabia como iria
acontecer e fazer sentido.
Como sempre, percebi alguns erros de
formatação, além de ortográficos. Acho que a revisão dos livros é algo que
muitas editoras brasileiras devem melhorar, pois, apesar de não atrapalharem a
leitura, os esses erros estão presentes constantemente em diversas obras e
incomodam muitos leitores.
Enfim, o livro é ótimo, apesar das ressalvas.
Esse é o primeiro romance da autora, e já tem tamanha qualidade! Imagine o
segundo! Indico demais para quem procura uma distopia que tem um diferencial
das demais. Quatro estrelas e meia!
Espero que tenha gostado da resenha, e do
livro! *_* Não se esqueçam de deixarem suas opiniões no final! Até a próxima!
Abraços,
T. L. Lima.
PS: Apesar de sintetizar
até bem a sinopse da história, achei o booktrailer um pouquinho estranho. Esses
personagens estilo “The Sims”e essa dublagem... Enfim, não sou muito fã de booktrailers aqui
do Brasil. Hahaha
PPS: Próxima resenha: God of War!
PPPS: Entrei em contato com
a Novo Conceito a respeito da publicação do segundo volume e quando obtiver a
resposta posto no facebook e no twitter. Segue lá! =)
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